Setor também deve criar 24 milhões de empregos no planeta no mesmo período
Estudo divulgado pelo WTTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo), por meio da Pesquisa de Impacto Econômico, indica que a atividade turística no mundo deve movimentar US$ 9,5 trilhões na economia mundial em 2023, recuperação de 95% da sua capacidade de movimentação financeira, fazendo com que alcance os níveis pré-pandemia de Covid-19.
De acordo com o levantamento, a previsão representa 9,2% do PIB (Produto Interno Bruto) do mundo todo. Neste ano, o setor também deve criar 24 milhões de empregos no planeta. Esse percentual na movimentação financeira do setor é apenas 5% abaixo do registrado em 2019, período antes da pandemia, quando as viagens estavam no ápice. O levantamento também revela que 34 dos 185 países analisados já recuperaram os níveis de antes da pandemia em termos de contribuição para o PIB.
Ainda segundo o estudo, até o fim deste ano quase metade dessas 185 nações terá recuperado totalmente os níveis pré-pandêmicos ou estará inserido nesta faixa de 95% da recuperação total.
Matheus Alexandre Gomes dos Santos, contador morador do Jardim Ângela, em São Paulo, é um dos colaboradores para que viagens ao Exterior voltassem a apresentar crescimento. Sua primeira viagem internacional foi para o Chile, em 2022. “Fui em outubro e o inverno já havia acabado, porém, tive a grata surpresa de nessa mesma viagem conhecer a neve na Cordilheira dos Andes. Além disso, conheci a cidade de Santiago e o maior prédio da América Latina, o SKY Costanera. A experiência do Chile foi inesquecível”, relembra o contador.
Os gastos de visitantes estrangeiros, acrescenta o levantamento do WTTC, também demonstram alta, de 82%, chegando a US$ 1,1 trilhão em 2022, o que mostra que as viagens ao Exterior estão firmemente de volta aos trilhos. Em 2022, o aumento registrado no setor havia sido de 22% se comparado a 2021, com as cifras atingindo US$ 7,7 trilhões de contribuição para o PIB dos países. No mesmo ano de 2022, essa recuperação representou 7,6% da economia global, a maior contribuição desde 2019, embora seu PIB global ainda estivesse 22,9% atrás do pico de 2019.
Parte desse montante foi deixado no Exterior por Matheus e a companheira, Priscila Liliane. Ele afirma já ter conhecido sete países, mas não pretende parar nesse número. “O foco é chegar próximo dos 30 países. A meta é muito agressiva, mas após o intercâmbio conhecerei até 25 países contando com os que já tenho na bagagem. Passarei por Inglaterra, França, Holanda, Luxemburgo, Bélgica, Alemanha, Hungria, República Tcheca, Grécia, entre outros do Leste Europeu. Será uma experiência e tanto”.
O intercâmbio ao qual se refere Matheus é em Malta, arquipélago entre a Sicília, na Itália, e a costa Norte da África, e faz parte da viagem atual com a companheira, que deve durar dois meses. “Em 2020 comecei a estudar inglês no Brasil e queria estender a minha experiência para fora, então juntei minha vontade de viajar com a necessidade de falar um outro idioma e fechei o intercâmbio. A experiência está saindo melhor do que o esperado, tenho contato diário com várias pessoas do mundo e ainda estou conhecendo um país singular no meio do Mediterrâneo. Não poderia ser melhor”, revela ele.
Priscila também é bastante adepta das estadas em outras nações. Matheus entrega que ela já conheceu 25 países. Juntos em Malta, eles já planejam as próximas aventuras fora do Brasil. A primeira delas será Roma, na Itália.
“Quem nunca quis conhecer uma das sete maravilhas do mundo moderno, não é mesmo? Em Roma fica o Coliseu, que é uma das sete maravilhas do mundo moderno, além de conhecer o menor país do mundo, que é o Vaticano. Sem dúvida essa será mais uma experiência e tanto”. Além disso, acrescenta ele, há outras atrações no ‘País da Bota’ que lhe chamam a tenção. “A culinária italiana é uma das mais reconhecidas do mundo, então, além da cultura italiana, os seus prédios históricos, o papa, mas, sem dúvida, quero encontrar uma culinária de ponta. Tenho um perfil de viagens no Instagram chamado “Matheus No mundo” – @matheusnomundo – onde compartilho todas essas experiências de viagens, intercâmbio, como é a vida fora do Brasil”, finaliza o contador.
EMPREGOS NO SETOR
O WTTC ainda prevê que o setor gerará emprego até 2033 para 430 milhões de pessoas em todo o planeta, com quase 12% da população empregada neste segmento, e irá aumentar sua contribuição para o PIB para US$ 15,5 trilhões, o que irá representar 11,6% da economia global.
No Brasil, o Ministério do Turismo informou no último dia 28 de abril que o setor de turismo criou 22 mil novas vagas de trabalho em março. O montante, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Previdência, representa uma em cada dez vagas criadas no País. Os setores de alojamento e alimentação foram os principais impulsionadores, respondendo pela geração de mais da metade das oportunidades.
São mais de 50 atividades econômicas as responsáveis por empregar no turismo nacional. Segundo o Ministério do Trabalho e Previdência, a maior alta no número de emprego formal em março ocorreu no setor de serviços, o que inclui o turismo, com um saldo de 122.323 vagas. Quando a análise é por região, o Sudeste criou cerca de 65% do total dessas vagas no setor, seguida por Centro-Oeste, com 15% dos empregos criados.
Em análise com todas as atividades econômicas, no Brasil foram gerados aproximadamente 195 mil empregos com maior prevalência aos homens, com a geração de 111.105. Já para as mulheres houve a criação de 84.066 oportunidades.
Legenda da foto: Matheus e Priscila pretendem chegar à marca de 30 países visitados
Crédito da foto: Arquivo pessoal
