Consumo das famílias apresenta alta em 2023

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Aumento, de 2,47%, foi favorecido pela queda no desemprego e reajustes salariais, entre outros

O consumo das famílias brasileiras encerrou os primeiros seis meses de 2023 com aumento de 2,47%, segundo a Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Se comparado junho com o mesmo mês de 2022, o crescimento é de 6,96%. Frente a maio, o índice registrou elevação de 0,55%. Os números abrangem os formatos de loja; atacarejo, mistura de atacado e varejo; supermercado convencional, loja de vizinhança, hipermercado e minimercado, além do e-commerce.

De acordo com Marcio Milan, vice-presidente da instituição, houve consumo consistente e gradual até o fim do semestre, favorecido pela queda no número de desempregados, pelos reajustes salariais e também pela consolidação dos programas do governo de transferência de renda. “Para os próximos meses, se mantida a menor pressão da inflação sobre a cesta de alimentos, o consumo tende a ser crescente, pois há datas importantes que incentivam o consumo, como o Dia dos Supermercados, a Black Friday e as festas de fim de ano”, disse ele ao portal da Abras.

Conforme a instituição, a alta no consumo foi influenciada pelos cerca de R$ 85,4 bilhões distribuídos por meio de programas de transferência de renda instituídos pelo governo federal, tais como Bolsa Família, Primeira Infância, o Benefício Variável Familiar e o Auxílios Gás, que teve pagamentos de R$ 112 em fevereiro, R$ 100 em abril e R$ 109 em junho. Todos os indicadores são deflacionados pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Os reajustes do salário mínimo em janeiro, quando aumentou de R$ 1.212 para R$ 1.302, e em maio, quando saltou para R$ 1.320, também contribuíram para o crescimento do consumo, que também contou com os reajustes das bolsas da educação na Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e no CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) também tiveram participação nesse aumento.

Além desse, ainda houve contribuição para expansão por meio dos reajustes aos servidores civis do Poder Executivo, resgate do PIS (Programa de Integração Social) e do Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público), pagamento dos lotes residuais de IR (Imposto de Renda) 2022 e dos dois primeiros lotes de restituição do IR de 2023, ampliação da isenção do IR, pagamento de precatórios e a antecipação do 13º de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Ainda segundo os números da Abras, o valor da cesta de 35 produtos de largo consumo, que inclui alimentos, carnes, itens de higiene e beleza, bebidas e itens de limpeza, registrou recuo de 1,75% nos seis primeiros meses de 2023. Foi verificada deflação nos preços da cesta em junho em todas as regiões analisadas. Ela caiu de R$ 750,22 em maio para R$ 741,23, queda de 1,2%, na média nacional, segundo a Abras.

Os produtos da cesta com as principais quedas nos preços no período foram as carnes. A bovina apresentou recuo nos cortes traseiros de 8,2% e de 5,88% nos dianteiros. O frango congelado registrou retração de 5,78%, enquanto o pernil caiu 2,42%. Em junho, a variação frente a maio foi nos cortes do traseiro, com 2,51% negativos, e nos de dianteiro, com queda de 1,30%; o frango congelado, com menos 1,27%; e o pernil, com diminuição de 2,4%.

As maiores retrações no período entre os produtos básicos ficaram com óleo de soja, com 24,52%; café torrado e moído, com 3,42%; e farinha de trigo, com 1,10%. No outro lado da tabela, as altas foram puxadas por farinha de mandioca, com aumento de 9,53%; leite longa vida, com majoração de 9,17%; arroz, que subiu 6,45%; e feijão, que encareceu 4,78%.

Em relação aos hortifrútis, o único aumento no acumulado do ano foi verificado no tomate, que teve o preço elevado em 4%. As quedas mais significativas foram vistas na cebola, que barateou 43,4%, e na batata, que depreciou 4,4%. 

Entre os produtos de limpeza, desinfetantes, com aumento de 5,16%; sabão em pó, com alta de 4,17%; detergente líquido para louças, que ficou 2,1% mais caro; e água sanitária, com reajuste de 1,77%, puxaram as majorações. Em outra categoria, a de higiene e beleza, os itens que se destacaram foram sabonete, com alta de 5,28%; creme dental, aumento de 5,22%; papel higiênico, reajuste de 4,42%) e xampu, cujo preço ficou 3,76% mais salgado.

Por fim, entre as regiões do País o maior recuo no indicador foi registrado na Norte, que apresentou queda de 2,11%. Na sequência aparecem a Centro-Oeste, que mostrou queda de 2,09%; Nordeste, que despencou 1,51%; a Sudeste, que caiu 1,17%; e a Sul, com diminuição de 0,3%.

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