Queda no valor do frete marítimo aponta retomada da exportação de açúcar em contêiner

Contêiner

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Depois de aumento atípico na pandemia, atividade se torna atrativa à venda do produto a mercados internacional

Depois de período de diminuição motivado pelo aumento dos fretes marítimos, o transporte de açúcar a mercados internacionais em contêineres promete ter condições favoráveis nesta safra. O Brasil, maior exportador mundial do produto, mandou para o mercado internacional na última safra quase 26 milhões de toneladas de açúcar. De acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o País ficou bem à gente do segundo colocado, a Tailândia, que exportou 10 milhões de toneladas.

“Depois de dois anos sem operação, entre dezembro do ano passado e fevereiro deste ano, fizemos 8.100 toneladas e estamos recebendo diversas solicitações de cotações. São fortes indicativos do mercado de retomada dessa movimentação”, informou em publicação divulgada à imprensa Vinicius Cordeiro, executivo da Brado, empresa especializada na logística multimodal em contêineres.

Mesmo liderando as exportações, dados divulgados pela Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), ligada ao Ministério da Infraestrutura, mostram que as vendas do açúcar brasileiro nesse tipo de transporte despencaram 22% em junho do ano passado, período em que o preço do frete para o continente asiático chegou ao ápice, se comparado ao mesmo mês do ano anterior.  A valor médio do frete marítimo do País para a Ásia no mesmo período teve alta de 34%, o que fez com que a operação ficasse custosa para o exportador.

De acordo com informações divulgadas à imprensa pela consultoria especializada em transporte marítimo Solve Shipping Intelligence Specialists, o preço médio do transporte por contêineres de 20 pés para o continente asiático em 2019 era de US$ 1.145, com pico em junho de 2022 de US$ 2.450.

“O que aconteceu foi absolutamente atípico do ponto de vista da oferta e demanda dos fretes marítimos”, afirmou em publicação divulgada à imprensa Leandro Carelli Barreto, sócio-diretor da consultoria. “Na época houve uma explosão na demanda, pressionada pelo e-commerce. De outro lado, a oferta de capacidade foi duramente impactada pelos trabalhadores da cadeia do transporte atingidos pela Covid-19”, acrescentou ele.

Nesse cenário, outros produtos também tiveram mais restrições às operações em navios graneleiros com capacidade média de 60 mil toneladas, os chamados “break Bulk”, modelo de embarcação que torna inviável a compra pelos pequenos clientes, que têm nesse transporte uma solução para adquirir produtos em escalas menores.

Com a diminuição no número de casos de Covid-19, o preço médio de frete marítimo para o continente asiático já voltou aos níveis de antes da pandemia. A média em janeiro deste ano ficou em US$ 900, o que causou esse movimento de mercado em busca de contêineres para a atual safra, que já está sendo vendida, mas que teve início da colheita em abril.

Legenda da foto: Brasil mandou quase 26 milhões de toneladas de açúcar ao Exterior por esse meio de transporte na última safra

Crédito da foto: Pixabay

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